“She is Coming”: Miley Cyrus e como sua nova era é o reflexo de seus trabalhos anteriores

Desde a década passada, nenhuma outra estrela da Disney criou fãbases tão fortes como Demi Lovato, Selena Gomez e Miley Cyrus. Essa última, entre as três, conseguiu um destaque maior visto que fazia parte da maior série que a Disney já teve em sua grade, “Hannah Montana”. Já se passaram 13 anos desde que a sitcom estreou e nos apresentou a artista. Mas onde Miley Cyrus está agora?

O trio em 2009 para a campanha “Disney Friends For Change”.

Com seu debut álbum lançado em 2007, o “Meet Miley Cyrus”, a cantora não tinha tanto o que mostrar. O disco é divido em duas partes: a primeira contém músicas de sua personagem Hannah Montana, que serviu como divulgação da segunda temporada. A segunda já era a apresentação da cantora, com um bubblegum pop, a imagem de garota perfeita, tudo que a gravadora precisava vender. “Breakout” foi lançado no ano seguinte e já apresentou alguma mudança. O som era mais pop rock, ela amadureceu um pouco mais a sua imagem, ao mesmo tempo mantendo a postura de princesa da Disney. Esse, por sinal, é considerado por grande parte dos fãs seu verdadeiro debut, pois não tinha a imagem da sua personagem vinculada e soa mais honesto que o anterior, pois a mesma esteve mais presente no processo de criação e co-escreveu oito de treze músicas que estão presentes no material.

Depois de acumular alguns hits dos seu trabalhos anteriores, a cantora lançou o EP The Time of our Lives em 2009, visando uma transição de teen para jovem adulta. “Party in the U.S.A.” é até hoje um dos seus maiores hits. Muitas vezes mencionada para substituir o hino nacional do país, a música todo ano aparece em altas posições nas plataformas de streams no dia 04 de julho (dia da independência dos EUA).

Lá em 2010, no mal interpretado “Can’t be Tamed”, Miley dava seu primeiro passo ao falar sobre a liberdade de ir e vir e não ser domada por ninguém ou ser controlada como um robô. A era teve um fraco desempenho comercial, o álbum foi alvo de críticas em sua grande maioria negativas devido à mudança brusca de imagem enquanto ainda fazia parte da grade do Disney Channel, a própria gravadora decidiu não investir em divulgação e a era foi finalizada com dois singles. Mas esse foi apenas um pequeno momento do que realmente iria acontecer. Em 2013, com uma nova gravadora, foi lançado o polêmico “Bangerz”, a cantora voltou a reforçar a ideia de sua liberdade de expressão e, de forma mais exagerada, sua sexualidade. Muito criticada em ambas as fases, Miley começou a ser uma artista sem medo de arriscar e coloca seu coração na sua arte. A prova disso foi quando em 2015, a mesma lançou, sem anúncio, de forma independente e de graça o álbum “Miley Cyrus & Her Dead Petz“. O álbum teve críticas mistas, onde alguns elogiaram o caminho experimental que Cyrus estava seguindo e outros consideravam que a produção não havia sido finalizada. A cantora ainda levou ao palco do VMAs dezenas de drags queens para performar o single “Dooo it!” além de mostrar apoio a comunidade LGBTQ+ diversas vezes durante a premiação.

Miley Cyrus em seu novo vídeo, “Mother’s Daughter”.

Fazendo a limpeza de imagem, lançou o seu sexto álbum de estúdio “Younger Now“, que apesar de ótimas composições, recebeu críticas negativas pela produção e por declarações da própria a respeito de seus lançamentos anteriores.

Recentemente lançou o seu mais novo EP She is Coming. Nele, são tratados temas como: liberdade, sexualidade, feminismo. Com participações como Rupaul, Ghostface Killah, Swae Lee e Mike Will Made-it, a cantora consegue entregar um dos melhores trabalhos da sua carreira. Com uma ótima produção, Cyrus se joga no pop com influências de hip hop, trap e rock. Esse é o primeiro de três eps que a cantora promete lançar ainda esse ano (She is Coming, She is Here e She is Everything) que juntos formarão seu sétimo álbum de estúdio “She is Miley Cyrus”. Se engajando cada vez mais em causas sociais, a artista se arriscou novamente ao lançar o vídeo para o seu mais recente single, “Mother’s Daughter”. Encarnando sua persona polêmica, a cantora enriquece sua videografia ao enaltecer corpos, sexualidades e raças diferentes e deixa bem claro para que não f*dam com sua liberdade. Esse definitivamente é o melhor momento da carreira de Miley Cyrus, mostrando o porquê deve ser levada mais a sério, mostrando versatilidade e sendo mais verdadeira possível!

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