Taylor Swift tem os direitos de suas músicas retirados por empresário de Justin Bieber: entenda o que isso significa!

Perder os direitos sobre o próprio trabalho é o pesadelo de todo artista. E é isso o que aconteceu com Taylor Swift. A cantora perdeu a posse legal dos masters de todo o seu catálogo – do primeiro ao último álbum, “Reputation“. E o pior de tudo: para o empresário Scooter Braun, por quem a artista nutre certo desafeto desde os acontecimentos de 2016, quando foi exposta por Kim Kardashian e o empresário endossou a atitude ao tirar sarro do caso ao lado de Justin BieberKanye West, seus agenciados, nas redes sociais. Scooter comprou o catálogo de Taylor pela barganha de 300 milhões de dólares, conforme noticiado hoje, 30/06.

Para os mais leigos, master é o nome dado aos arquivos de uma canção em sua versão mais crua. Todas as faixas de áudio correspondentes a instrumentos, efeitos e vocais gravados em canais diferentes (de modo a serem editados, caso seja necessário) compõem esses arquivos e são estes os responsáveis pela reprodução e impressão de cada uma das cópias que nós, o público final, temos acesso.

Segundo Taylor, o antigo dono de sua gravadora havia oferecido um acordo que lhe daria os devidos direitos por cada um de seus antigos álbuns, uma vez que novos fossem lançados. A artista, percebendo a emboscada, obviamente recusou e assinou contrato com outra gravadora que a deixasse legalmente confortável. Para Scooter, ter em mãos esse tipo de material dá a ele total liberdade comercial para usar o catálogo de Swift como bem entender. A cantora passou mais de uma década na mesma gravadora, a Big Machine Records, o que significa que a maioria de seus hits pertence ao empresário agora. Para Taylor, em termos práticos? Não muito muda. Apenas o fato de que, obviamente, Braun terá acesso a parte do lucro levantado pela comercialização dessas músicas. Ética e moralmente? Significa muito.

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É válido lembrar que só o “1989” vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo – e esse valor continua subindo.

Como artista multifuncional, Taylor sempre se mostrou abertamente a favor de que outros compositores e produtores possuam total direito sob sua propriedade intelectual. Todo mundo lembra quando a compositora tirou seu catálogo das plataformas de streaming, em 2014, sob alegação de que os royalties – todo o lucro levantado pela comercialização de sua música – não estavam sendo justamente repassados aos artistas? Agora, mais de 5 anos depois, a cantora é colocada novamente no olho do furacão. E, mais uma vez, machismo e ego masculino são os culpados.

jojo crl

Definitivamente, não é a primeira vez que vemos casos como este acontecerem. A cantora JoJo passou anos no limbo de sua gravadora, impedida não somente de lançar material novo como de se livrar de um contrato abusivo, assinado ingenuamente no início de sua carreira, que retirava da artista, inclusive, o direito de faturar sob suas músicas antigas. No final das contas, para voltar a ter controle legal sob o próprio catálogo, a cantora precisou regravar todos os álbuns anos após os lançamentos originais.

Assim que a declaração de Swift tomou os veículos de comunicação, fãs criaram uma petição para que a artista fizesse o mesmo – a mesma petição recebeu, inclusive, apoio de Katy Perry. Mas estamos falando de alguns dos álbuns mais populares da história da música recente. Para ser mais específico, são ao todo seis obras de inéditas. Regravar tudo retomaria tempo, recursos e um investimento que, no final, talvez nem valesse a pena. Não existe nada que se possa fazer além de expor a situação e esperar que a pressão pública “tomem à força” um posicionamento e uma atitude de Scooter Braun.

justin scooter

Principalmente contra artistas femininas, há uma suscetibilidade muito maior destas serem vítimas que artistas masculinos. Estes, por sua vez, frequentemente caçoam e se apoiam no nome e imagem destas artistas de modo ofensivo e degradante para benefício próprio e se safam. Sob a perspectiva criativa, quão absurdo é imaginar que sua propriedade intelectual, o fruto de seu suor e dedicação, deixa de ser algo que você pode controlar? Quão indefeso e exposto um artista deve se sentir? Quais os limites morais empresários, gravadoras e produtores são capazes de ultrapassar para provar um ponto, tomando atitudes gananciosas e mesquinhas como estas?

Esperamos que a situação seja contornada da maneira mais ética e benéfica à Swift possível. Enquanto isso, aguardamos o lançamento de seu próximo álbum, “Lover“, no dia 23 de agosto. Boa sorte, T-Swift. #WeStandWithTaylor

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